Renda Fixa

O que é Previdência Privada?

Previdência Privada

Se você parasse de trabalhar hoje, conseguiria manter o mesmo padrão de vida?

É com essa pergunta na cabeça que milhões de brasileiros poupam todos os meses para garantir, no futuro, uma renda que permita aproveitar a aposentadoria com conforto.

– Previdência Privada: invista certo para uma aposentadoria mais tranquila

Os dois mecanismos mais comuns de poupar e garantir esse salário mensal no futuro são a Previdência Social e a Previdência Privada.

O primeiro é de responsabilidade do Governo, que todos os meses recolhe, na fonte, uma parcela do salário dos trabalhadores com carteira assinada, e também pode ser feito por meio de contribuições voluntárias para o restante da sociedade.

Esses recursos são gerenciados pelo governo e devolvidos na aposentadoria, mas o que ocorre em muitos casos é que esse valor não garante o mesmo padrão de vida de quando ainda era ativo profissionalmente.

Por isso é que muitos brasileiros escolhem por construir uma reserva complementar ao longo dos anos, fazendo aportes regulares em uma Previdência Privada.

Essa é uma das categorias de investimento que mais crescem no Brasil. Segundo dados da Anbima, são mais de R$ 550 bilhões aplicados nessa modalidade.

Ainda assim, essa é uma das aplicações que mais geram dúvidas na população.

Isso porque ela apresenta diferentes custos e benefícios para variados perfis de clientes. Por isso, o InfoMoney se propõe a esclarecer essas informações e simplificar o processo de escolha.

Antes de mais nada, é preciso reforçar o racional de se aplicar em uma previdência privada.

O objetivo final é o de ser um complemento à Previdência Social, poupando pequenas quantias periodicamente para oferecer mais conforto na aposentadoria.

Ou seja, é um investimento de longo prazo para fortalecer o patrimônio.

De modo geral, o processo deve seguir três escolhas fundamentais: a modalidade, o regime de tributação, e qual portfólio o plano contratado deve seguir.

Simulações mostram que pequenos ajustes nos custos e na rentabilidade ao longo dos anos pode significar uma diferença de centenas de milhares de reais na reserva final acumulada.

– Previdência Privada PGBL ou VGBL?

A primeira dúvida para quem começa a pensar em Previdência Privada é qual o tipo de investimento escolher: PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) ou VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres)?

A principal diferença entre eles é o tratamento tributário que será aplicado quando os recursos acumulados forem resgatados futuramente.

Essa opção não pode ser alterada posteriormente, por isso é preciso escolher com atenção.

Nos dois casos, o imposto de renda incide apenas no momento do resgate ou no recebimento da renda.

A diferença é que, no PGBL, as contribuições podem ser deduzidas do Imposto de Renda até o limite de 12% da base de cálculo, desde que o modelo de declaração seja o completo, enquanto no VGBL não há esse benefício fiscal, sendo mais indicado para quem declara pelo modelo simplificado.

Por outro lado, embora tenha um tratamento tributário diferenciado, no PGBL o fisco cobrará o imposto sobre o valor total resgatado, ao passo que no VGBL a incidência é apenas sobre os rendimentos acumulados durante os anos.

– Previdência Privada Custos

Independente de qual produto escolher, além do Imposto de Renda os investidores também arcam com a taxa de administração.

Ela é cobrada em todos os fundos de previdência privada com a finalidade de remunerar os gestores e administradores do produto. Mesmo assim, pode haver diferenças significativas dependendo da instituição financeira escolhida.

De modo geral, os produtos vendidos por bancos de varejo são os que apresentam as maiores taxas de administração, e também são os que mais recebem aplicações.

Segundo dados da ANBIMA, aproximadamente 80% de todo o dinheiro aplicado em fundos de previdência privada é gerido pelos três principais bancos de varejo.

No entanto, as taxas cobradas pelos produtos bancários podem chegar a cerca de 3% ao ano, embora seja possível encontrar opções similares no mercado com taxas ao redor de 1% ao ano.

Muitos fundos de previdência privada ainda cobram a taxa de carregamento, uma porcentagem que pode ser aplicada no momento em que o investidor aporta os recursos ou na saída, sendo que em alguns casos pode chegar a até 5% do valor aplicado.

No entanto, já existem dezenas de produtos no mercado em que a taxa de carregamento é isenta após determinado período, então os investidores devem pesquisar o assunto para aproveitar as melhores oportunidades.

De modo resumido, os custos envolvidos com previdência privada são os seguintes:

– Taxa de administração: recurso usado para remunerar os gestores, administradores, e eventuais custos do fundo. De modo geral, varia entre porcentagens próximas de 1% a 3%.

– Taxa de carregamento: essa é uma taxa que pode ser cobrada no momento da aplicação ou no resgate dos recursos.

Ela pode alcançar porcentagens de até 5%, mas cada vez mais instituições financeiras estão isentando o investidor da cobrança dessa taxa após determinado período de permanência no fundo.

– Imposto de Renda: o investidor somente arcará com esse custo no momento do resgate dos valores, e depende do tempo de permanência no fundo ou da renda mensal a ser recebida, de acordo com a escolha feita pelo próprio investidor.

O assunto será tratado em mais detalhes abaixo.

Tabela regressiva ou progressiva da Previdência Privada

Definida a modalidade e com o conhecimento dos custos envolvidos, é hora de decidir se o investimento será taxado de acordo com a tabela regressiva ou progressiva do Imposto de Renda.

Na tabela progressiva, a alíquota do Imposto de Renda será maior quanto mais elevada for a renda mensal.

As taxas podem variar desde 27,5% nas faixas superiores a até a isenção, como você pode ver na tabela abaixo. Por esse motivo, essa é a opção indicada por especialistas para pessoas de baixa renda.

A tabela regressiva varia de acordo com o tempo do investimento. Ou seja, quanto mais cedo você resgatar o dinheiro, maior será o imposto pago.

Para quem opta por resgatar o investimento antes de dois anos, por exemplo, terá que arcar com uma alíquota de 35%.

Para evitar possíveis prejuízos no curto ao médio prazo, é importante que o investidor tenha a certeza de que não precisará resgatar esse dinheiro tão cedo, especialmente se for um produto PGBL, em que a tributação ocorre sobre todo o patrimônio aplicado.

– Perfil de risco da Previdência Privada

Finalmente, é hora de escolher qual o risco que você quer correr em seu plano de previdência.

Aqui é possível encontrar produtos para todos os perfis, desde os mais conservadores, assumindo risco baixo, até os mais arrojados, com risco variável.

Os fundos de previdência privada são conhecidos por serem mais conservadores.

Seguindo essa percepção, é mais comum encontrar produtos de renda fixa, em que os gestores aplicam, essencialmente, em títulos atrelados à taxa de juros. Mas há outras opções.

Para investidores com perfil de risco moderado, pode-se escolher por fundos que aplicam em títulos atrelados à inflação, por exemplo.

Para quem gosta de correr mais risco, os fundos multimercado aplicam até 49% dos recursos em renda variável, sendo que aqueles com alocação dinâmica adotam uma estratégia de se posicionarem com um perfil mais agressivo de início e gradualmente mudarem para uma postura mais conservadora.

Todos os planos de previdência privada são fiscalizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), mas o investimento não tem garantia do administrador, do gestor ou do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Por isso, além de se atentar ao perfil de risco do próprio investimento, a aplicação deve ser feita sempre em instituições sólidas.

– Portabilidade da Previdência Privada

O que muitos não sabem é que é possível trocar o fundo de previdência privada e até mesmo de seguradora.

Nesse processo também é possível alterar a tabela de tributação do Imposto de Renda de progressiva para regressiva, mas essa mudança implica zerar o período considerado para redução da alíquota.

Nesse cenário, o cálculo passará a ser contado a partir do momento em que a portabilidade é feita, e não pela data inicial da aplicação.

A migração entre planos também permite transferir parte ou todo o recurso investido em um plano de renda fixa para um plano de renda variável, por exemplo.

A única opção que não pode ser alterada, devido às diferenças tributárias, é a modalidade de PGBL ou VGBL.

Para aqueles interessados na portabilidade, é importante que analise com atenção todos os passos acima antes de optar por algum fundo.

Como há diversas alternativas de previdência no mercado, em muitos casos a figura do assessor de investimentos pode ser de grande ajuda nesse processo de escolha, realizando uma curadoria dos produtos mais indicados para cada perfil.

– Como investir na Previdência Privada

Após estudar todas as informações sobre previdência privada, resta entender como, de fato, investir.

Essa é a parte mais simples. Para isso, basta ter uma conta aberta em uma instituição financeira e escolher o produto mais adequado.

Algumas instituições financeiras oferecem produtos de vários participantes do mercado, oferecendo uma variedade maior de produtos aos diferentes perfis de clientes.

Escolhido o fundo e iniciada a aplicação, a periodicidade dos novos aportes depende de cada cliente e da capacidade financeira, podendo ser mensal, esporádica, ou até mesmo apenas no momento da contratação.

Para entender um pouco mais sobre qual será a reserva necessária para se aposentar, o InfoMoney disponibiliza uma calculadora [LINKAR] para simular os valores. Os pagamentos são simples, podem ser feitos via débito em conta ou por boleto bancário.

Pessoas de qualquer idade podem aplicar na previdência privada. Há até mesmo planos de previdência infantil, para garantir os recursos necessários à formação acadêmica e ao início da vida profissional.

Mas, quanto mais cedo começar, maior será a renda que poderá receber no futuro para garantir uma aposentadoria mais tranquila financeiramente.

Fonte: INFOMONEY

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